sábado, março 21

PAU DE SELFIE - u qui co sô?

Pesquisador desde a infância da palavra escrita, falada, cantada, dialética, tive nas músicas brasileiras dos 78 rotações dos meus pais, a carga emocional que carregaria pela vida toda. Influenciado pelos textos inovadores do Teatro, Cinema, Literatura, e pela convivência com o espírito inquieto dos intelectuais que efervescia São Paulo nos anos 70/80, fui criando o repertório pessoal. Absorvido dessa cultura eclética, procurei não perder o espírito experimental multimídia que mantenho até hoje, aliado a um constante aprendizado adquirido com grandes professores de Artes, Literatura e Música. E muitas vivências. Márcia Denser, Lourenço Diaféria, Eunice Arruda, Edélcio Mostaço, Luiz Tatit, José Miguel Wisnik, Luiz Chaves, Joaquim Paulo do Espírito Santo, Arnaldinho do Cavaco, Kiko Moura, Marcio Okayama foram alguns desses mestres. E influências de grandes criadores como Tomzé, Anton Walter Smetak, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti. E o maestro Hans-Joachim Koellreutter, com quem tive uma pequena convivência, já próximo no fim da vida do mestre, acompanhando-o algumas vezes para workshops em escolas. Era o grande mestre falando para crianças. Ele veio a se tornar o meu maior modelo como professor de Arte.
O que mais admirava no Koellreutter (http://bit.ly/1MYfJFn) era o seu método, que se baseava na liberdade de expressão e na busca da identidade de cada aluno. Incentivava a liberdade de pensamento e a necessidade de cada aluno buscar o seu próprio caminho. Em uma entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo - http://bit.ly/1Odb06c,  explicou seu método da seguinte maneira:

Palavras do maestro Hans-Joachim Koellreutter:

"Aprendo com o aluno o que ensinar. São três preceitos:
1) não há valores absolutos, só relativos;
2) não há coisa errada em arte; o importante é inventar o novo;
3) não acredite em nada que o professor disser, em nada que você ler e em nada que você pensar; pergunte sempre o por quê."

Resumindo o que aprendi: o importante é inventar o novo. Não importa errar. É como pretendo morrer: sempre tentando novamente.

O Autor
Guto Maia é educador, professor de Música e Arte, e está cursando Música Popular Brasileira na ECA - Escola de Comunicação e Artes, da USP - Universidade de São Paulo, com o Prof. Dr. Ivan Vilela.